Exposição de poesia visual na Casa das Rosas
Palavra e imagem são uma coisa só. Essa é a proposta de JUN YOKOYAMA: a palavra para ler e ver, como espaço gráfico de permutação de sentidos. A Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura apresenta um conjunto de pôsteres e de filmes animados de curta duração.
A série de 16 trabalhos utilizam recursos visuais e tipográficos para transformar palavras em um conjunto de significações. Cada um deles é uma homenagem a um artista ou a um tema, compondo-se apenas de uma palavra como uma escrita icônica, que explora a sua forma verbal e não-verbal. São os elementos constitutivos de planos, cor, textura e luz que se articulam com a palavra para formar imagens que se abrem à imaginação. Uma curiosidade: esses trabalhos foram originalmente feitos pelo Jun aos 20 e poucos anos, quando ele criou marcas para artistas em um livro “Marcas nada patentes” de autoria do artista Ziraldo. Na exposição, cada trabalho é acompanhado por um “making of”, que explica o processo de criação da homenagem.
O conjunto de filmes de curta duração convertem imagens e palavras em sintaxe temporal. É o movimento plástico no tempo, a ilusão da continuidade da imagem; a experiência de olhar, ler e ouvir, proporcionando ao leitor um espaço de multissensorialidade. São histórias breves, com tempo de exposição da imagem para a possibilidade de reflexão.
Instalação Branca Luz no Parque da água Branca
Para inaugurar os grandes viveiros no Parque da Água Branca, que antes abrigavam pássaros, como espaços de leitura no Projeto PraLer da Secretaria de Estado da Cultura (SP), o curador e artista JUN YOKOYAMA criou a instalação BRANCA LUZ. Os viveiros em diferentes formatos (quadrados, hexagonais, octogonais), construídos em torno de uma árvore centenária, tiveram a parte inferior dos vidros adesivados.
O Projeto PraLer multiplicou-se em um conjunto de conceitos: PraSER, PraZER, PraVER. De dentro dos viveiros transformados em minibibliotecas, as janelas combinavam relações semânticas com palavras de três letras: LUZ, SOL, DIA, CÉU e COR, que eram refletidas no chão pela luz externa, convidando o usuário do parque a dialogar com esse espaço comunicante, que metaforizava a a dualidade da janela: interior-exterior; aprisionar-libertar; entrar-sair. Cada viveiro foi identificado por um pássaro dessa região: com base em fotografias, foram feitas ilustrações em pontos coloridos, que só eram percebidos à distância como uma imagem gestáltica.